Não há bossa
Nos olhos do
preso
No olhar de
desprezo
No susto da
presa
No choro
escondido
Em um quarto no
quinto
No cesto de lixo
No encesto, na
cesta
De frutas de
cera
Ou de cimento.
Sexta-feira
treze
De conhecimento.
No moço que
indaga:
“Qual é o
preço?”
Depende do
apreço
Depende da
pressa
Do texto,
contexto,
Pretexto, da
testa
Enrugada e do
texto
No testamento.
Do dia do
enterro
Do aborrecimento
Da altura do
queixo
De quem se
queixa.
Há bossa no
alento
Na tarde, no
vento...
Há nova no ar
puro
No cheiro da
flor.
A bossa em
apuros
É o sonho maduro
Sem graça, de
graça,
Desgraça no amor.
A nota aos
ouvidos
Do homem caído
É fogo amigo
Alivio à dor.
Dos velhos a
casa
A morada, o
nicho
O porto do vinho
O ninho, o pudor.
Dos moços a
estrada
A arma, o hino
Angústia cantada
Com gosto,
sorrindo.
Viola afinada
Tiro preciso
Zunido, zoada
Pra todo
indeciso.
E a boa nova
De que narciso
Só mente pros
outros;
É honesto
consigo.
E a bossa nova
É a arte do
riso.
Somente pros
tolos
Amar é sofrido.
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