terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Um Rio

Cansado de saber,
Serrou os pulsos como quem
Derruba uma árvore.
Viver é cansativo.

A alma é passível
De tédio quando à margem
Do rio, sem coragem.
O tédio é incisivo.

Dois olhos faroleiros
Vigiam a cabotagem,
A insânia, a parolice
De cada homem marinho


Cada forasteiro
Sem voz, sem foz. Cem mares
Encapelados jazem
No leito de um rio.

Careca de saber,
Cerrou os punhos como quem
Se apronta pra combate
E mergulhou sem siso.

Bobagem. Sou um rio
Barroco e sem barragem
A seguir viagem.
Deságuo no pacífico.

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