terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Noturno

Encerras no peito a memória
De todas as tuas paixões,
E no mesmo peito a revolta
Por ambas as solidões

A tua e a de quem te matou
Afogado num mar de esquecimento.
É com a cabeça que amas
E desamas teu próximo.

As aflições da mocidade
Te puseram cínico
Entre poetas e amantes de tudo.

Hoje não há quem te iluda,
Quem te desiluda...
Não há ninguém.

Mas teu coração miserável
Lateja enquanto as luzes
Acendem, apagam, acendem, apagam
No centro da cidade.

A cidade é triste,
Com suas ruas iluminadas
Repletas de gente triste.

Se ao menos fosse sábado!

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